08 abril 2013

01. QUE DIFERENÇA FAZ UMA ESTAÇÃO?

Autor: Fr. Aldo Colombo
Adaptação: Ir. Narciso Camatti

Um casal tinha quatro filhos. Querendo que eles formassem um juízo crítico e que aprendessem a não julgar os fatos de modo apressado, d eram-lhes uma tarefa. Eles não precisavam ter pressa, pois tinham exatamente um ano para cumpri-la. Num povoado próximo, do outro lado da montanha, existia um parreiral e eles deveriam visitá-lo e fazer um relatório. Ao final do tempo marcado, cada um deles descreveu o que viu.

O primeiro filho visitou o parreiral no inverno e voltou decepcionado. Encontrou apenas velhas árvores, feias e sem folhas, de galhos retorcidos, aparentemente mortas. O outro fez sua visita durante a primavera e descreveu o parreiral coberto de folhas pequenas e verdes, inúteis e sem maiores possibilidades. O terceiro visitou o local no começo do verão e sua constatação foi diferente. Viu árvores graciosas, carregadas de frutas, algumas maduras, outras a caminho do estágio final da maturidade. O último visitou o parreiral no outono e sua percepção foi maravilhosa. As árvores vestiam folhas amarelas e nelas os últimos frutos, maduros e doces.

Os pais, ao final do ano, reunindo os filhos e – após escutá-los – explicaram-lhes que todos estavam, ao mesmo tempo, certos e errados. Embora dispusessem de um ano, cada um havia visto apenas uma estação. Era uma visão parcial. E explicaram a eles que não se pode julgar uma pessoa, ou uma árvore, apenas por uma estação. A essência, o prazer, a alegria, o amor, a beleza de uma vida, de um poema ou de um parreiral, podem apenas ser julgados quando todas as estações estão completas. Todas as estações têm sua beleza e sua utilidade. Sem inverno não haveria a primavera, sem a primavera não haveria a colheita do verão, nem o outono.

Ao lado das estações da natureza, existem as estações que cada um carrega dentro de si. Há pessoas que vivem em permanente inverno. Envolvidas pelo pessimismo e pelas críticas. Existem também pessoas inconsequentes, cheias de boas intenções primaveris, mas não passam daí. Outras pessoas se assemelham ao verão, com muitas conquistas pessoais e comunitárias. Por fim existem também aqueles que – à semelhança do outono tranquilo – levam até o final seus projetos, amadurecidos ao longo do tempo. As estações da natureza são cíclicas e imutáveis, mas as estações interiores dependem de cada um de nós. Podemos colocar um ponto final no inverno e declarar que já é primavera.

As quatro estações convivem e se revezam ao longo de cada vida. Não permita que a dor de uma estação destrua a alegria de todas as outras. Não julgue uma vida apenas por uma estação difícil, que pode ser momentânea. Ela ainda pode florescer e dar frutos. O erro maior seria acolher o inverno como se fosse definitivo. Não há inverno que sempre dure, nem primavera que jamais desabroche. O equilíbrio está no conjunto das estações. E o resultado acontece depois que todas as estações estão terminadas. O valor de uma parreira – ou de uma vida – está no final. Mas o final não acontece por acaso, ele é preparado.

1.   Dialogar sobre os VALORES percebidos no texto...
2.   Como tarefa, ilustrar ou reescrever esta mensagem...

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