26 outubro 2013

25. A LIÇÃO DO FOGO

Um homem que prestava serviços em um determinado grupo, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades.
Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo.

Era uma noite muito fria. O líder encontrou o homem em casa, sozinho, sentado diante de lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.
O homem deu as boas vindas ao líder, convidou-o a sentar-se numa cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando que lhe falasse o motivo da visita. Em silêncio os dois apenas contemplavam a dança das chamas que ardiam em torno da lenha.

Após alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado.
Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel.

O anfitrião, quieto, prestava atenção a tudo. Aos poucos a chama da brasa solitária foi diminuindo, ate que houve um brilho momentâneo e o seu fogo apagou-se de vez. Em pouco tempo, o que antes irradiava calor e luz, agora não passava de frio e apagado pedaço de carvão coberto de uma camada de fuligem acinzentada.

Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos.

O líder, antes de sair, manipulou novamente o carvão frio colocando-o de volta no meio do fogo.
Quase que imediatamente este carvão tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.

Quando o líder chegou à porta para partir, seu anfitrião disse:
- Obrigado, por sua visita e pela lição que aprendi. Estou voltando para o grupo.

Reflexão:
Aos membros de um grupo vale sempre lembrar que eles fazem parte da chama e que longe do grupo perdem todo o brilho.

Aos líderes vale sempre lembrar que eles são responsáveis por manter acesa a chama de cada um e por promover a união entre todos os membros, para que o fogo seja realmente forte, eficaz e duradouro.

ATIVIDADE:
1. Dialogar em pequenos grupos ou duplas sobre o que chama sua atenção nesta mensagem...
2. Destacar as palavras que representam VALORES e comentá-las...

09 outubro 2013

24. UBUNTU: UMA LIÇÃO DE VIDA!


Um antropólogo propôs uma brincadeira para algumas crianças de uma tribo africana.
Colocou um cesto de frutas perto de uma árvore e falou que quem chegasse por primeiro ficaria com elas.
Quando ele deu o sinal todas as crianças deram as mãos e correram juntas. Chegando ao local elas sentaram e compartilharam as frutas entre si.

As pessoas que assistiram tal atitude perguntaram às crianças porque quiseram correr todas juntas quando apenas um poderia chegar e ganhar o prêmio.
Elas responderam: como pode um ser feliz enquanto todos os outros estão tristes?

UBUNTU na cultura africana sub-sahariana quer dizer: "EU SOU, PORQUE NÓS SOMOS".

ATIVIDADE:
1. Leitura do texto representando os personagens do mesmo...
2. Dialogar sobre as atitudes que chamam a sua atenção...
3. Pesquisar e conversar sobre os valores percebidos na cultura UBUNTU:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Ubuntu_(ideologia) 
4. Pesquisar outros textos e mensagens relacionas com a temática relacionada com a atitude das crianças UBUNTU...
5. Produção de um texto a partir do diálogo e reflexões com o grupo...



02 outubro 2013

23. O FRIO DE DENTRO...




Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve e teriam que esperar até o amanhecer para receberem socorro.
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual se aqueciam. Se o fogo apagasse, todos morreriam de frio.

Chegou a hora de cada um colocar mais lenha na fogueira.

O primeiro homem, um racista, olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele negra. Então raciocinou: Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro! E guardou-a para protegê-la dos demais olhares.

O segundo homem era um avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor, em torno do fogo e viu um homem da montanha, que mostrava sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor de sua lenha e enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou: Eu, dar minha lenha para aquecer um preguiçoso?

O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão e seu pensamento era muito prático: É bem provável que eu precise dessa lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem. E guardou sua lenha com cuidado.

O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Ele pensou: Essa nevasca pode durar vários dias, vou guardar minha lenha.

O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões para pensar em ser útil.

O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas da mão, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido: Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei à ninguém, nem mesmo o menor de meus gravetos.

Com esses pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.

Ao alvorecer, quando os homens do socorro chegaram na caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.

Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: O frio que os matou, não foi o frio de fora, mas sim o frio de dentro!


ATIVIDADE:
1. Com criatividade, contar, ler o texto acima, representando, com o respeito para com cada raça e cultura, a atitude dos personagens citados...
2. Comentar as reações de cada personagem...
3. Motivar uma tarefa destacando os valores e as limitações de cada personagem...
4. O que podemos entender pelo calor e frio de fora... e de dentro...
5. Dar um significado para a avalanche que bloqueia e para a caverna que protege...
6. Que mais pode-se refletir a partir do texto acima...

01 outubro 2013

22. UM HOMEM DA ALDEIA DE NEGUÁ



“Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou.
Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana.

E disse que somos um mar de fogueirinhas.
— O mundo é isso — revelou — Um montão de gente, um mar de fogueirinhas. Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo (Poema O Mundo, Eduardo Galeano).

ATIVIDADE:
1. Dialogar sobre suas primeiras impressões referentes ao texto lido.
2. Dialogar: para mim qual é a essência da vida humana?
3. Qual o significado de ser fogueira e de acender fogueira... significado de fogueiras diferentes...
4. Para você, o que o autor Eduardo Galeano quer manifestar neste conto?
5. Reescrever e ilustrar o conto de Eduardo Galeano. Tente expressar como você imagina a vida humana e o seu valor na face da terra.
6. Pesquisar e comentar sobe a vida e obras de Eduardo Galeano.